sexta-feira, 29 de abril de 2011

Reflexão Crítica "As Três Ecologias" de Félix Guattari - Elma Lorena Fraga Dutra

        Como nos foi facultado escolher sobre o assunto que desenvolveríamos a presente atividade, optei por um tema que acompanhei e continuo acompanhando a décadas, o das relações homem-mulher, mencionado como um dos antagonismos transversal ao das lutas de classe. Não na condição de feminista, e sim na simples condição de mulher que com quase 60 anos teve vivências tanto positivas quanto negativas quanto ao seu novo papel, a sua reconstrução e agora desempenhando um novo papel na ecologia social.
Começo pela aquisição do direito ao voto da mulher brasileira, que ocorreu na década de 30 no século passado e não contemplou a todas, neste primeiro momento, só conquistaram a prerrogativa, atentemos ao detalhe, as casadas com autorização do marido e algumas solteiras ou viúvas que tivessem renda própria. Obviamente que houve uma evolução por parte da mulher, mas e o homem? Se disputarmos um lugar de executiva no mercado de trabalho com o sexo oposto em uma empresa privada e se conseguirmos, muitas já conseguiram, os critérios serão diferentes para currículos semelhantes de formação e experiência. A preferência será dada ao masculino, não por questão de gênero, mas porque a mulher além da sua dedicação profissional tem outras atividades, outras obrigações e quer desempenhar a todas com esmero. Em recente pesquisa sobre o mercado de trabalho, divulgada no e para o estado do RS ratifica-se a triste realidade de que os salários das mulheres são ainda inferiores. Constata-se situação diferente nos concursos públicos onde a maioria dos provimentos dos cargos é feita pelo feminino, não esquecendo que nos bancos escolares, nos seus diversos níveis, há a predominância também delas. Aparentemente, falar em remuneração inferior dá a impressão que se fala no que essa poderia oferecer na aquisição de coisas frívolas do universo feminino, não me refiro a isso, e sim a condição atual da mulher que desponta como a principal mantenedora da família, incluindo aí ascendentes e descendentes.
O texto em pauta foi extraído de um livro editado em 1997. Após todo esse tempo não podemos negar que temos ainda o atravessamento nas relações, porém não posso deixar de mencionar que naquele ano, a mulher já tinha saído do seu ambiente doméstico, enquanto o homem sempre esteve no público como o grande provedor da família. Como exemplos da evolução da busca pela igualdade e justiça têm a alteração da legislação onde o homem adquiriu, inclusive, o direito à pensão alimentícia e a guarda compartilhada dos filhos em caso de separação. Sendo que o primeiro era uma obrigação tipicamente masculina e o segundo, embora o pai tivesse o direito de visitar os filhos, a guarda era da mãe.
A mídia trouxe um contraditório à conquista do movimento feminino, porque o estar na moda, ser magra, bem-sucedida e boa mãe tornou-se uma exigência. Muitas vezes, a mulher torna-se quase que irreconhecível reconstruída em cima de um ideal de beleza e perfeição físico, perdendo a sua individualidade e transformando-se, quiçá em um clichê de uma top model famosa, de acordo com as regras do mercado. Mas se pensarmos que esses fatos ficam restritos ao dito mundo feminino, ledo engano, hoje temos um homem que ao mesmo que está aprendendo a dividir as atividades da casa, está fazendo depilação, plástica, buscando um corpo musculoso, abdômen definido e, acima de tudo tomando pílula para a manutenção da sua propalada virilidade. O que ocorreu? Penso que se instaurou a competição entre ambos, a prevalência do culto ao corpo com a conseqüente mutação das relações pessoais, não conseguiram a manutenção de sua subjetividade como conseqüência de tanta manipulação. Resultaram em um estereótipo de uma sociedade desterritorializações.
Concordo com o autor quando escreve sobre a permanência das diferenças na relação homem-mulher, reputo que a mais importante ainda mantida seja a da violência contra a mulher. A globalização deu velocidade às informações das mais variadas partes do mundo, das diferentes culturas e então tomamos conhecimento a cada dia de uma nova barbárie cometida, com as agressões variando na sua causa, mas não no seu fim, o de puni-la por atos que o homem julgue como delito, então evoca o direito de penalizá-la da forma que melhor lhe aprouver e, muitas vezes a sentença é a de morte. Existem países em que ela ainda permanece sob o subjugo patriarcal, sendo que a sua posse é passada do pai para o marido, em outro lhe ceifam a sua sexualidade, como também existem aqueles em que ela é penalizada pela sua emancipação, quando exerce o seu livre-arbítrio de escolha e/ou permanência com o atual ou ex-parceiro ou muitas vezes por estar cansada e com a sua saúde física e/ou mental abalada de tanta violência doméstica ou de outro tipo, sendo a primeira a mais comum no Brasil, para tentar remediar essa situação foi criada a Lei Maria da Penha, legislação específica para punir o seu agressor, mas se tem informações que houve a manifestação de um magistrado que alegava que houve somente a promulgação e não a sua regulamentação, portanto não poderia ser aplicá-la. 
Para concluir, penso que ambos tem uma característica em comum que é o desejo de não envelhecer, parecem ignorar a finitude, essa não compõe as suas singularidades vivem e se comportam como se assim fossem se perpetuarem para a vida eterna, as mulheres mais próximas em sua juventude aparente com as suas filhas e os homens aqui no senso comum “uns gatões”. Para eles mulheres de suas idades são para cuidarem de seus filhos oriundos da relação anterior e às vezes lhes recompensam como uma módica pensão dando-lhes uma condição de sub, impossibilitando-as de continuarem usufruindo de uma sua vida confortável e sem preocupações financeiras, enquanto esposa daquele senhor, essa não é uma opinião pessoal e, sim uma constatação.  As constatações e/ou realidades aqui mencionadas ficam aquém de todo o conjunto formado pela ecosofia composta pelas três ecologias - a do meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana -. Sabemos também, que não podemos retroceder no tempo para que façamos os ajustes necessários, mas com certeza não podemos continuar tendo um olhar isolado sobre uma delas nos moldes da “psicologia newtoniana”, temos sim que começar a atuar no todo de uma forma holística, para isso faz-se premente a adoção de novos comportamentos.




Texto AS TRÊS ECOLOGIAS - Kamila Ferreira Marinho

              O autor Félix Guattari faz uma crítica a condição atual do planeta, partindo da ecosofia, que seriam as três ecologias: a do meio ambiente, a das relações sociais e a da subjetividade humana.
              É possível, a partir do texto refletir sobre a  deteriorização das relações. A expansão das redes sociais demonstra bem isto. Os sujeitos criam amizades de forma remota, sendo que assim que interessar, com apenas um botão toda esta rede estará desligada. Talvez a grande proporção em que as redes sociais chegaram tenha sim muito haver com o que autor cita no texto.  Tecnologias avançadas, força de trabalho produzindo potencialmente e, no entanto, já quase não temos tempo para relações mais intensas, relações familiares e reflexão. Com isso, é necessário segundo o autor que a ecosofia social reinvente maneiras de ser no seio de casal, da família, do contexto humano, do trabalho etc.
              Há certa contradição se pensarmos que o homem esta produzindo diariamente uma autodestruição. Enquanto parece que alcançamos altos níveis em se falando de tecnologia, produzimos conhecimentos, o planeta se modifica e não paramos, em momento algum para refletir sobre isso, com o pretexto que não temos tempo para mais nada.
              Guattari comenta ainda que precisamos aprender a pensar transversalmente, de forma que consigamos analisar cultura e natureza de forma sincronizada, e não uma isolada da outra.
              O autor refere que no registro das práticas “psi” tudo deveria ser reinventado para que os processos não se congelem em uma mortífera repetição. Será preciso reinventar métodos, para que a destruição das ecosofias sejam revertidas. Isto vale para as três, a do meio ambiente, a das relações sociais e a da subjetividade humana.
              É necessário, neste momento que pensemos em uma nova forma de agir, não há com certeza como se voltar ao passado, mas é possível recomeçar um caminho. O planeta que temos hoje é resultado do feito por cada um de nós, portanto podemos também modificá-lo.



AS TRÊS ECOLOGIAS de FÉLIX GUATTARI - Márcia Ribeiro Baroni Menegassi

           Fazendo uso do termo de referência, o qual Guattari chama de Ecosofia – uma perspectiva onde há uma articulação ético- política entre o meio ambiente , as relações sociais e a subjetividade humana; percebo que vivemos num período onde se questiona maneiras de vida  dentro de um contexto de mutações, transformações, desequilíbrios. O desenvolvimento tecnológico, assim como o trabalho maquínico cada vez mais estão substituindo a atividade humana, gerando desemprego, angústia, depressão. A crise ecológica só terá solução se houver além de forças políticas, social e cultural; também micro domínios de sensibilidade, de inteligência e de desejo. Vê-se hoje um trabalho social regulado por uma economia de lucro, por relações de poder e valores equivocados, colocando os bens materiais, culturais, as áreas naturais num mesmo plano de equivalência ; assim estas atividades humanas que possuíam um antagonismo do mundo capitalista dão lugar ao serialismo de mídia – mesmo ideal de status: mesma moda, mesma maneira de viver, mesma música...
           Porém este serialismo parece estimular as zonas de miséria, fome e morte integrando o monstruoso Sistema Capitalista Mundial Integrado ( globalização)  onde situam-se as Novas Potências; estas apresentando paradoxalmente o desenvolvimento de novos meios técnico-científicos capazes da resolução de problemáticas ecológicas e reequilíbrio de atividades úteis para o planeta e por outro lado a incapacidade de formações subjetivas que possam se apropriar de meios para torná-los operativos.
           Este mesmo serialismo midiático que manipula mentalmente os jovens pela produção de subjetividade coletiva não consegue se apropriar totalmente da juventude. Estes ainda fazem suas reinvindicações singulares, que a princípio geram movimentos marginais, mas que aos poucos vão se subjetivar para incorporarem as diferenças raciais, de gênero...Será neste contexto de descentramento e ruptura, num processo de singularização que surgirão problemáticas ecológicas em escalas individuais e coletivas, num processo de existência humana ético-política.
            A ecosofia social como processo de existência humana reinventa práticas e maneiras de ser na família, no casal. A ecosofia mental reinventa a relação do sujeito com o corpo, com o inconsciente, com o tempo, com a vida e a morte.
            O sujeito é o componente de subjetivação, pois seus processos subjetivos são ininterruptos em qualquer instância. Sempre dá idéia de dinâmica quando se fala de sujeito; e com ela aparecem dois modos de apreensão: pelo conceito ou pelo afeto. Afeto, aquilo que nos toca, que nos afeta, que nos acontece. Isto vem acontecendo como o que podemos chamar de devires; porém devires tecnológicos, informatizados; numa crescente produção de subjetividade computadorizada, ou assistida como no programa Big Brother. Assim, frente a degradação alimentada por este mundo globalizado, informatizado e midiático  há uma infantilização de opinião, tudo é racionalizado. Não se pode separar a natureza da cultura. Precisa-se urgentemente pensar transversalmente, interar os ecossistemas com os sociais e individuais, respeitando-os e vice-versa, num sistema de mutualidade com o objetivo de retomar o controle de situações.
             Ainda hoje, se assiste em alguns países  modos de subjetivação arcaicos, onde se observa a opressão das mulheres e crianças, e assim também é com a natureza. Esta ecologia maquínica trava uma guerra contra a vida. É importante e
 requer muita pressa a adoção de uma ética ecosófica e de uma política que tenha como seu principal foco o destino da humanidade. Porém esta deverá manifestar  movimentos múltiplos, geradores de formas, instâncias, dispositivos produtores de subjetividades  de referência estética, técnico-científicas, das apreensões  pessoais do tempo, do corpo, do desejo; tanto individual como coletiva. Os três registros da ecosofia não podem ser trabalhados isoladamente. O fato de se ver as coisas fragmentadamente, gera subjetivações muito categóricas. O processo deverá ser interligado, contínuo de re-singularização, não se ter somente um olhar com um viés teórico para o sujeito; mas perceber muitos outros atravessamentos, com novos paradigmas de inspiração ético-estéticas.
                  A subjetividade aparecerá  então no meio ambiente, nas paisagens, nos inconscientes mais profundos de cada indivíduo, que, ao mesmo tempo diferentes com um grau significativo de solidariedade.





TEXTO: AS TRÊS ECOLOGIAS - Thamiris dos Santos Moraes

O autor Félix Guattari em As Três Ecologias, refere-se a um mundo que aos poucos esta se enfraquecendo/deteriorando com o tempo de maneira que os desequilíbrios ecológicos, tais como podemos citar os acidentes químicos e nucleares desencadeados a um intenso terremoto no Japão onde a uma grande possibilidade de que os habitantes da região atingida desenvolvam doenças incuráveis. Ao mesmo tempo os modos de vida individuais e coletivos se encaminham para uma padronização dos comportamentos, além disso a vida doméstica vem sendo gangrenada pelo consumo da mídia. A mídia impôs e cada vez mais vem trazendo uma padronização da vida humana tal como em seus comportamentos, tanto sociais como pessoais que devem seguir o que nos é determinado.
Na tentativa de uma mudança neste quadro encontra-se o conceito das três ecologias é a relação do meio ambiente, das relações sociais e o subjetivismo humano. Onde é feita uma associação com o termo utilizado na interpretação de Guattari em que este as chama de ecosofia que tem a relação do todo com o conhecimento.
A subjetividade do homem encontra-se no cerne de toda a devastação social e ambiental que cada dia nos é mais presente, o autor estabelece, que a Ecologia Ambiental não é a única que deve ser considerada, senão que outras duas, naturalmente interligadas entre si, mostram-se tão importantes quanto à primeira, essas são: a Ecologia Social e a Ecologia Mental.
A ecosofia social é a tentativa de disseminar este domínio necessariamente precisam-se inutilizar as recomendações dadas tendo como objetivo desenvolver pratica especificas que iram modificar e reinventar maneira de ser/conviver no meio social, familiar,...; e a ecosofia mental reinventa a relação do sujeito com o corpo desde seu inconsciente e à medida que passa o tempo modifica sua visão da vida e da morte.
Aborda-se esta transformação devendo ser feita não somente política, social e cultural, mas também entre os domínios de sensibilidade, de inteligência e de desejo que é classificado como subjetividade. Neste trecho citado no texto por Guattari diz que o homem enquanto ser psíquico dever ser envolvido e envolvente e não a relação dele como um objeto no meio ou do meio em que se encontra.
É a relação da subjetividade com uma exterioridade – seja ele social, animal, vegetal, cósmica – que se encontra assim comprometida numa espécie de movimento geral de implosão e infantilização regressiva. (p.8)
Em determinado momento do texto Guattari diz que Descartes refere-se que o sujeito (componentes de subjetivação) não é evidente, pois apenas pensar não basta para ser a outros componentes necessários. Onde A certeza da percepção, por um indivíduo, da existência deve estar atrelada ao fato de ser percebido pelo outro existente, que, por sua vez, necessita dessa mesma percepção. Assim pode ser exilado o egoísmo para trilhar a possibilidade de compreensão do todo sendo que cada um é o todo enquanto tem consciência que, o mesmo tempo, é parte dele.
Devemos levar também em consideração que a o fato de das leis que nos é imposta, mas estas existem para mediar à intolerância entre os homens compreende-se então que todos nós temos culpa nesta falência social. Os “aspectos mais humanos” referem-se às características psicológicas inerentes ao homem que se encontram na raiz dos problemas ecológicos e sociais do nosso planeta. Tais visões estabelecem um modo para que se re-aprenda a ser humano novamente, para que se possa perceber o meio como um aliado parceiro e não apenas como um meio irrestrito de subsistência. Quando se desvia as águas de um rio, apenas se esbarra nas conseqüências imediatas. Para o atual ser humano imediatista, a visão profunda e de longo prazo é por demais falha, da mesma forma, só se pode analisar superficialmente como está se estabelecendo, mas nunca como seria se não tivesse sido feito.
Todos os conceitos que são imputados pela mídia, como já foi descrito anteriormente, tem como objetivo a miscigenação da cultura, a relativização da realidade, a ponto de, lentamente, mimetizar o indivíduo. E é por essa porta que se abre que se estabelece a introdução, na medida do avanço do movimento propagandista, de conceitos alienígenas insuflando os jovens ao consumo exacerbado. Tal conduta social está cada vez mais facilitada, principalmente nos países de terceiro mundo, com isso se estabelece a decadência da auto-afirmação, com propósito de serem baixadas a guarda sobre as ‘propriedades’ (culturais, mentais, territoriais etc).
Para buscar a convivência em harmonia com a nossa fonte de recursos limitados (a natureza, o planeta, o universo), primeiramente, devemos canalizar a mente para uma busca de objetivos mais elevados, logo, podendo trabalhar na reconstrução das relações humanas, desde os níveis mais esquecidos até os mais comentados, como o próprio autor diz:
“Não haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser em escala planetária e com a condição de que se opere uma autêntica revolução política, social e cultural, reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais. Esta revolução deverá concernir, portanto, não só às relações de forças visíveis em grande escala, mas também aos domínios moleculares de sensibilidade, de inteligência e de desejo”.
Guattari fala da importância de seus “fantasmas” serem desmascarados no sentido de uma não sustentação das nossas maneiras de pensar a sexualidade, a infância, a neurose. A questão colocada por ele é de re-orientar esses conceitos e práticas para dar-lhes outro uso, desenraizando-os de suas fórmulas prontas, deterministas, enfim, dos estereótipos e repetições “congeladas”. Há a possibilidade de cultivar a diferença como algo positivo e possível. É a partir daí que devem surgir articulações para as novas práticas ecológicas: micropolíticas e microssociais.
Esta frase coloca a proposta de Guattari de que É a possibilidade da mudança, do fazer diferente, do re-significar, que permite o não-engessamento das práticas culturais. Para que possamos modificar a visão da sociedade e do sujeito. Concluo que mediante a este texto de Guattari nesta sociedade que estamos sinto que desde pequenos nos é imposto à maneira em que devemos nos portar diante da sociedade, o que devemos ser e como devemos pensar. Mas como podemos mudar esta visão já imposta a nós?!


quarta-feira, 6 de abril de 2011

TOYNBEE


Arnold Toynbe

Coube a estas blogueiras, a elaboração do resumo da teoria do historiador Toynbee que para o autor Fritjof Capra do livro Ponto de Mutação, é um dos mais notáveis e hipotéticos estudiosos sobre ascensão e quedas de civilizações.
Arnold Joseph Toynbee* (Londres, 14 de abril de 188922 de outubro de 1975) foi um historiador britânico, cuja obra-prima é Um Estudo de História (A Study of History), em que examina, em doze volumes, o processo de nascimento, crescimento e queda das civilizações sob uma perspectiva global.
Toynbee na sua principal obra faz um estudo através de curvas de ascensão e queda de civilizações. Segundo ele a formação de uma civilização consiste na transformação de uma condição estática para uma dinâmica. De forma espontânea por influência de uma civilização já existente ou pela desintegração de uma ou mais civilizações mais antigas.
O padrão básico na gênese das civilizações vê como um padrão de interação e chama de “desafio-resposta”. Por quê? O desafio do ambiente natural ou social provoca uma resposta criativa numa sociedade, ou num grupo social, a qual induz essa sociedade a entrar no processo de civilização. É um ciclo, a cada resposta bem sucedida ao desafio inicial será gerado um desequilíbrio pelo ímpeto cultural da sociedade e aí surgirá um novo desafio-resposta tendo a necessidade de ajustes criativos.
Os padrões culturais de Toynbee tornam-se atuais quando nos deparamos com as três transições as quais afetarão diretamente o nosso sistema social, econômico e político, saber:
1ª transição: talvez a mais profunda. Deve-se ao processo lento, inevitável do declínio do patriarcado. Onde a “fêmea” antes em todos os sentidos submetida ao macho;
2ª transição: declínio da era do combustível fóssil imposto – carvão, petróleo e gás natural – principais fontes de energia da moderna era industrial. Ano provável de sua exaustão 2300, mas os seus efeitos econômicos e/ou políticos já estão sendo sentidos pela população;
3ª transição: a “mudança de paradigma” relacionada com valores culturais. Mudança profunda do pensamento, da percepção e dos valores que relacionados/unidos geram uma visão da realidade. Exemplo: o Iluminismo e a Revolução Industrial.
A crença de que o método científico é a única abordagem válida do conhecimento; o universo como um sistema mecânico; a vida em sociedade, como sinônimo de luta competitiva pela sobrevivência e, do progresso material ilimitado onde o crescimento econômico e tecnológico deve ser alcançado.
A elaboração do resumo da teoria do historiador Toynbee que para o autor Fritjof Capra do livro Ponto de Mutação, ele é um dos mais notáveis e hipotéticos estudiosos sobre ascensão e quedas de civilizações.
Como complemento da atividade assistimos  a exibição do filme com o mesmo título e com base na obra do escritor Capra “Ponto de Mutação” e, apesar de tratar-se de uma película da década de 90 é muito atual.  Temos na tela uma cientista que debate com um político, dentre outros assuntos, a energia nuclear. Cita ali as bombas que por ordem do então presidente dos EUA Harry S. Truman foram lançadas sobre o Japão durante a 2ª guerra onde morreram milhares de pessoas. Mas o país se reergueu a duras penas, transformando-se até a pouco na 2ª economia do mundo.
Com isso podemos observar a segunda transição que Toynbee nos apresenta onde somos informados que ainda falta muito tempo para que se extinga aquela fonte de energia na moderna era industrial mesmo que já tenham sido detectados alguns efeitos “colaterais” e na terceira pela mudança de paradigma. Então, vejamos após a sua devastação os japoneses reagiram de forma agressiva tendo como objetivo a sua reconstrução, lançando mão da energia nuclear e alterando seus métodos de produção a terceira transição presente nos padrões culturais segundo Toynbee.
Apesar de todo o seu desenvolvimento pós-guerra, hoje o país japonês vive uma realidade não muito diferente da citada no 1º parágrafo, que os destruiu na década de 40 e agora os ameaça novamente, mas agora com um diferencial uma catástrofe natural que veio aterrorizá-los e a radioatividade que ora está sendo liberada, amedronta e mesmo sendo eles detentores de  mecanismos científicos de proteção não estão conseguindo estancá-la.
A correlação com a psicologia já está estabelecida pela prevalência da racionalidade de Descartes.